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Os nossos pequenos habitantes

Foto do escritor: Dra. Ana Catarina MartinsDra. Ana Catarina Martins

Atualizado: 27 de nov. de 2020

No ventre materno, estamos isolados de todas as bactérias que mais tarde habitarão o nosso organismo. O condicionamento da nossa futura flora intestinal, inicia-se logo durante o parto, diferindo quando se trata de uma cesariana ou de um parto normal (mais benéfico neste sentido). Prossegue a amamentação, que nos fornece bactérias importantes neste campo e que mais tarde exercem funções cruciais no sistema imunitário e até no nosso metabolismo.


O papel da flora intestinal é determinante no nosso quotidiano. Cada ser humano, tem o seu conjunto específico de bactérias, é como que uma identificação própria de cada um. Ela é alimentada por nós e ao mesmo tempo ajuda-nos a alimentar-nos, decompondo muitos dos constituintes de alimentos que ingerimos e nos fornecendo o que deles é essencial. Muitas vezes, determinam a nossa menor ou maior tolerância a determinados alimentos, com todas as consequências que daí advêm. A sua influência é incalculável, desde atuar no sistema imunitário, no peso, no colesterol e até mesmo no risco de desenvolvermos cancro e entre os fatores que influenciam a colonização do trato intestinal por bactérias menos boas encontram-se não só o parto por cesariana ou a não amamentação, como o uso de antibióticos, limpeza em excesso ou demasiado contacto com microrganismos nocivos. Por isso, é importante tentarmos “moldar” esses minúsculos habitantes de forma a que trabalhem em nosso benefício, antes que eles próprios nos moldem a nós!


Para tal, podemos recorrer aos chamados prebióticos, que são nada mais do que o alimento para os microrganismos benéficos que habitam a nossa flora intestinal. Substâncias que, quando ingeridas, não são digeridas e absorvidas no intestino delgado, e, ao atingirem o cólon, estimulam seletivamente uma bactéria ou grupo de bactérias da microbiota, proporcionando efeito benéfico à saúde do hospedeiro. Os alimentos com esta função, são alimentos ricos em fibras, como os hortofrutícolas, as sementes e os cereais, que devemos ingerir diariamente e nas porções recomendadas. Para além de estimularem o crescimento das bactérias benéficas, têm outras vantagens como a promoção de uma evacuação intestinal regular, a contribuição para a redução do risco de doenças cardiovasculares e diabetes, uma vez que regulam os níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue, ajudam também a evitar o inchaço abdominal, interferem na proliferação de microrganismos patogénicos e protegem o organismo de infeções, pelo seu efeito no sistema imunitário. Podem ainda contribuir para a redução de doenças intestinas e favorecem a absorção de vitaminas e minerais.

Existem também os probióticos, alimentos (como o kefir ou até os iogurtes) ou suplementos, em que ingerimos os próprios microrganismos vivos, para que se desenvolvam e povoem o nosso intestino. Estes são utilizados em situações específicas, como toma de antibióticos ou períodos de diarreia, também em casos de doenças que possam beneficiar com a ingestão de certas estirpes ou simplesmente para reforço do sistema imunitário e melhorias do sistema digestivo, através da modulação da nossa flora intestinal.


Da próxima vez que preparar a sua refeição, lembre-se não só de si, mas também dos seus habitantes!








 
 
 

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